
Disparado o melhor LP da banda, Heróis Três, lançado em 1990 tem grandes músicas. Vale lembrar que o Heróis da Resistência era formada pelo Leoni (voz e baixo), ex Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Jorge Shy (guitarra), Lulu Martin (teclados), Alfredo Dias Gomes (bateria).
Após três LPs, todos lançados pela WEA, o grupo encerrou as atividades em 1993, já com o baterista Galli (ex Hanoi-Hanoi), quando Leoni partiu para carreira solo. Sobre o disco, meus destaques "Diga não", "Um herói que mata", "Canção da despedida", "Rio" e "Nova onda, nova droga".
Estava dando uma olhada no site do Leoni, e achei um texto que ele escreveu sobre "Um Herói que mata", lançado como single no próprio site. Publico aqui o texto na íntegra. Com vocês Leoni e os anos 90:
"No fim dos anos 80 as bandas, que um dia foram o exemplo perfeito da busca da perfeição e da simplicidade pop, estavam ficando mais pesadas, ou mais “sofisticadas”, ou mais “adultas”, ou mais estranhas simplesmente. Mas estavam todas num caminho coletivo cada vez menos pop. É natural. É o fim da adolescência, a necessidade de encontrar uma identidade e não mais uma turma.
Nós, nos Heróis, éramos então um trio que queria fazer rock mais “pesado e engajado”. A música pop era algo menor para nós. E caprichávamos na pose, na imagem, no cabelo etc. E no barulho. Mas no fundo, todo mundo tem auto-crítica e sabe que aquela fachada esconde algo inteiramente diferente, o que gera um enorme sentimento de inadequação. Eu não era uma exceção.
Não é por acaso que algumas das pessoas mais doces que eu conheci tinham o corpo musculoso coberto de tatuagens e piercings. É o único jeito de esconder tanta fragilidade. Só que a gente vira – olha eu aqui de novo! – refém da personagem e passa a achar que se não tiver a imagem adequada as pessoas não vão nos dar valor. Coisas da adolescência. E no nosso mundo de faz de conta do show business a adolescência e suas inseguranças levam muito mais tempo para acabar.
Para muitos, muitos mesmo, não acaba nunca.
“Um Herói Que Mata” é filha da luta entre essência e aparência, entre o que se é e o que se desejaria ser."
Lado A
1. Greenpiece - 0"32'
2. Diga não - 3"47'
3. Um herói que mata - 3"40'
4. Canção da despedida - 4"15'
5. O que eu sempre quis - 3"21'
6. Rio - 3"22'
Lado B
7. Nova onda, nova droga - 3"05
8. Senhor do mundo - 2"58'
9. Sinal dos tempos - 4"24'
10. Sexos e certezas - 3"18'
11. O fim da estrada - 3"44'
Discografia
1987 - Heróis da Resistência
1988 - Religio
1990 - Heróis Três
2001 - E-collection (coletânea de sucessos e raridades)
Foto: Divulgação
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