sábado, 21 de março de 2009

Quer uma festa punk??

Encontrado com muita sorte, "Histórias de sexo e violência" tem as melhores músicas dos Replicantes, na minha opinião. Lançado em 1987, o disco tem 14 músicas que expressam a revolta de quatro caras de Porto Alegre. Como era normal nos anos 1980, a música censurada da vez é "Adúltera", que apenas diz em sua letra: "Adúltera" (repertido mais de 40 vezes).

Com um discurso gráfico montado com muita colagem de imagens, o disco representa o que poderiam pensar aqueles caras no final da década. A arte é assinada pelo Alex Sernambi, com fotografias de Rochele Costi, Carlos Gerbase, Luciana Tomasi e o próprio Alex.
Neste ano, com uma nova formação, a banda comemora 25 anos de estrada e deve lançar um novo cd. Neste disco, a formação clássica: Wander Wildner, Carlos Gerbase e os irmãos Heron e Cláudio Heinz.

Uma curiosidade: ao final do lado A e B as músicas Passageiros I e II, que fazem parte da trilha sonora do curta-metragem de mesmo nome lançado também no final dos anos 1980 pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Nos créditos do curta é possível encontra o nome dos Replicantes que atuaram por tráz das câmeras no filme.

Lado A
Chernobil
Sandina
África do Sul
Mistérios da Sexualidade Humana
Adúltera
Sexo e Violência
Passageiros I

Lado B
Astronauta
Festa Punk
Nicotina
Amor eu preciso
Tom e Jerry
Mentira
Passageiros II

Keka qué casá com Zeca?

Assim começa a primeira música do primeiro LP do Nei Lisboa. O clássico "Pra viajar nos cosmos não precisa gasolina", que abre o lado B está neste disco. Gravado e mixado no Estúdio Vice Versa entre junho e julho de 1983, o LP tem duas músicas na trilha sonora do filme "Deu pra ti anos 70": "A tribo toda em dia de festa" e "Doody II".

A maioria dos arranjos musicais são do guitarrista Augusto Licks e a banda tem ainda Glauco Sagebin (piano), Lucio Vargas (baixo), Fernando Paiva (bateria), Marco Bosco (percussão) e Nico Martins (teclados).

Quase todas as letras são do Nei Lisboa, exceto as que contam com a participação do Augusto Licks, Glauco Sagebin, Peninha e Luis Carlos Galli. Meus destaques ficam por conta de "A tribo toda em festa", "Síndrome de abstinência", "Pra viajar no cosmos não precisa gasolina" e "No, no chance".

Pra quem gosta de uma boa MPG, ou música popular gaúcha, esse LP é básico. Ele foi relançado em CD, assim como os demais discos no Nei. Em breve trago aqui "Noves Fora" e "Amém", também deste grande músico gaúcho.

Lado A
A tribo toda em festa
Me chama de Robert
Não me pergunte a hora
Síndrome de abstinência
Doody II

Lado B
Pra viajar no cosmos não precisa gasolina
No, no chance
Rabo de Foguete
Exaltação
Sinal Azul
Água Benta

quarta-feira, 11 de março de 2009

Heróis Três

Em 86, com a vontade de cantar sua próprias canções, Leoni resolveu montar uma nova banda, “Heróis da Resistência”. Lançou três Lps e conquistou mais um disco de ouro. As canções “Só pro meu prazer” e “Double de corpo” se tornaram hits imediatos.

Disparado o melhor LP da banda, Heróis Três, lançado em 1990 tem grandes músicas. Vale lembrar que o Heróis da Resistência era formada pelo Leoni (voz e baixo), ex Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Jorge Shy (guitarra), Lulu Martin (teclados), Alfredo Dias Gomes (bateria).

Após três LPs, todos lançados pela WEA, o grupo encerrou as atividades em 1993, já com o baterista Galli (ex Hanoi-Hanoi), quando Leoni partiu para carreira solo. Sobre o disco, meus destaques "Diga não", "Um herói que mata", "Canção da despedida", "Rio" e "Nova onda, nova droga".

Estava dando uma olhada no site do Leoni, e achei um texto que ele escreveu sobre "Um Herói que mata", lançado como single no próprio site. Publico aqui o texto na íntegra. Com vocês Leoni e os anos 90:

"No fim dos anos 80 as bandas, que um dia foram o exemplo perfeito da busca da perfeição e da simplicidade pop, estavam ficando mais pesadas, ou mais “sofisticadas”, ou mais “adultas”, ou mais estranhas simplesmente. Mas estavam todas num caminho coletivo cada vez menos pop. É natural. É o fim da adolescência, a necessidade de encontrar uma identidade e não mais uma turma.

Nós, nos Heróis, éramos então um trio que queria fazer rock mais “pesado e engajado”. A música pop era algo menor para nós. E caprichávamos na pose, na imagem, no cabelo etc. E no barulho. Mas no fundo, todo mundo tem auto-crítica e sabe que aquela fachada esconde algo inteiramente diferente, o que gera um enorme sentimento de inadequação. Eu não era uma exceção.

Não é por acaso que algumas das pessoas mais doces que eu conheci tinham o corpo musculoso coberto de tatuagens e piercings. É o único jeito de esconder tanta fragilidade. Só que a gente vira – olha eu aqui de novo! – refém da personagem e passa a achar que se não tiver a imagem adequada as pessoas não vão nos dar valor. Coisas da adolescência. E no nosso mundo de faz de conta do show business a adolescência e suas inseguranças levam muito mais tempo para acabar.
Para muitos, muitos mesmo, não acaba nunca.
“Um Herói Que Mata” é filha da luta entre essência e aparência, entre o que se é e o que se desejaria ser."

Lado A
1. Greenpiece - 0"32'
2. Diga não - 3"47'
3. Um herói que mata - 3"40'
4. Canção da despedida - 4"15'
5. O que eu sempre quis - 3"21'
6. Rio - 3"22'

Lado B
7. Nova onda, nova droga - 3"05
8. Senhor do mundo - 2"58'
9. Sinal dos tempos - 4"24'
10. Sexos e certezas - 3"18'
11. O fim da estrada - 3"44'

Discografia
1987 - Heróis da Resistência
1988 - Religio
1990 - Heróis Três
2001 - E-collection (coletânea de sucessos e raridades)

Foto: Divulgação

Melhor de todos

Após uma parada estratégica, voltamos com nossa seleção musical preferida. Para marcar o final das férias, um clássico do Rock Gaúcho: nada mais nada menos que Rosa Tattooada. Uma relíquia invejada por diversos fãs da banda, o primeiro LP, lançado em 1991, traz diversas músicas que marcaram a trajetória da banda nos últimos 19 anos.

Produzido pelo Thedy Correa, o disco tem a música mais conhecida do Rosa: "O Inferno Vai Ter Que Esperar". Muitos não sabem, mas a letra foi escrita pelo próprio Thedy. Além disso, foi um presente para o Jacques Maciel, que ao chegar em casa já musicou a letra que virou um grande hino roqueiro dos Pampas.

O disco foi foi gravado e mixado nos estúdios da EGER, em Porto Alegre, de maio a agosto de 1991. Nas participações especiais João Vicente, Sadi Hombrich (Nenhhum de Nós) e Miguel Castilhos. A formação do Rosa na época tinha, além do já citado Jacques Maciel (vocais, guitarra e violão), Beat Barea (bateria) (que continuam até hoje), Eduardo Rod (baixo) e Paulo Cássio (guitarra).

Um ano depois, a banda lançou praticamente o mesmo disco pela Sony (aquele da capa preta). Por muitos esse é considerado o primeiro LP, mas como podemos ver, na verdade não é. No disco lançado pelo Sony temos "Na Estrada", "Cabelos Negros", "Brilho Da Noite", "O Inferno Vai Ter Que Esperar", "Tardes De Outono", "Friday Night" e "Diversões Pesadas" que fazem parte deste disco de 1991.

A foto que ilustra este registro e está no encarte do Lp é do amigo Mário André Coelho de Souza. Pelo que consegui descobrir foi feita em um show aqui em Caxias. O destaque fica por conta do Beat Barea, tocando 'de lado'. Vale lembrar que no início da carreira o Rosa tocava direto aqui pela cidade. O que nunca deixou de fazer nestes quase 20 anos de carreira.

Lado A
1. Friday Night
2. O Inferno Vai Ter Que Esperar
3. Brilho Da Noite
4. Diversões Pesadas
5. Jogue Sujo Comigo

Lado B
6. Tão Longe
7. Na Estrada
8. Cabelos Negros
9. Tardes De Outono
10. Voltando Pra Casa
11. One Hit To The Heart

Foto: Mário André Coelho de Souza / Reprodução

terça-feira, 3 de março de 2009

Eletricidade

O rock nacional da década de 80 foi um capítulo importante no cenário musical brasileiro de todos os tempos. Lá surgiu a maioria das bandas consagradas, algumas que já nem exitem mais.

No fim da década de 70, existia a famosa “Turma da Colina”, um grupo de jovens do qual faziam parte pessoas como Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Phillippe Seabra, Fê e Flávio Lemos, Loro e Dinho, entre outros. Com a chegada do movimento punk, formaram as primeiras bandas, que seriam mais tarde conhecidas como Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial.

Em 1982 começou a história da banda, quando os irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo), Loro Jones (guitarra) e Dinho Ouro-Preto (vocal) se juntaram para fazer um som. Os Lemos tocavam com Renato Russo no Aborto Elétrico, Loro era guitarrista do Blitz 64 e junto com Dinho, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, formaram também o Dado e o Reino Animal.

Após tocarem em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, assinaram, no fim de 1984, um contrato com a CBS. Se mudaram para São Paulo no ano seguinte e lançaram o primeiro compacto com as faixas “Descendo o Rio Nilo” e “Leve Desespero”. O tecladista Bozzo Barreti passou a integrar o time em 1987.

Lançado em 1991, o LP "Eletricidade" está longe de ser um dos melhores da banda, embora tenha diversas músicas de destaque. A formação desta época tem além do quarteto Dinho, Loro Jones e os irmãos Fê e Flávio Lemos, o tecladista Bozzo Barreti.

A receptividade de "Eletricidade" foi excelente. As faixas “Kamikaze”, “Todas as Noites”, além de uma versão para “The Passenger”, de Iggy Pop, batizada de “O Passageiro”, somadas a apresentação no Rock In Rio II, consagraram o Capital como uma das bandas mais ouvidas no Brasil.

Quando tudo parecia ir bem, os fãs foram surpreendidos com duas tristes notícias: em 1992, Bozzo Barretti deixou o grupo e, no ano seguinte, Dinho, alegando divergências musicais e pessoais, partiu em carreira solo.

Este é o 5º disco da banda que, entre idas e vindas, acústicos e elétricos, tem 17 albuns gravados. "Eletricidade" com certeza não é o melhor disco da banda, mas também está longe de ser o pior. Para entender o rock nacional dos anos 80, este LP pode ajudar bastante.

Lado A
21
O Passageiro (The Passanger)
Eletricidade
Noite e Dia
Kamikaze
Nosso Fim
O Profeta

Lado B
Cai a Noite
Chuva
Todas as Noites
Dance Animal Dance
Terra Prometida
Chamando Todos Os Carros
ua-Aua !!!

Pra baixar: http://www.4shared.com/file/33713735/82459824/06-_Eletricidade_-_1991.html

Foto:Gabriel Lain / Reprodução

O mais romântico de todos

Este com certeza é o LP mais romântico da minha coleção. "Elvis Presley, Love Collection" tem 20 das mais belas canções do Rei do Rock. Todas na versão original, é um prato cheio para os casais apaixonados.

O Lado A tem IT´S NOW OR NEVER, YOU DON´T HAVE TO SAY YOU LOVE ME, AlWAYS ON MY MIND, LOVE ME TENDER, SUSPICIUS MIND, CAN´T HELP FALLING IN LOVE, SURRENDER, WOODEN HEART, MEMORIES e JUST PRETEND. No B tem RHE WONDER OF YOU, ARE YOU LONESOME TONIGHT?, SHE´S NOT YOU, LOVE LETTERS, UNTIL IT´S TIME FOR YOU TO GO, KENTUCKY RAIN, JUST CAN´T HELP BELIEVIN´, ANYTHING THAT´S ARE OF YOU, I WANT YOU, I NEED YOU, LOVE YOU e LOVING YOU.

Em uma rápia procura pela internet, encontrei este LP raro à venda em alguns sites como Ebay e Mercado Livre. Os valores variam de R$10 até R$72. Até onde consegui pesquisar, este exemplar não foi reeditado em cd, o que valoriza ainda mais esta coletânea.

O disco foi lançado em 1979 pela gravadora K-Tel e faz questão de registrar: "Uma gravação original RCA RECORDS". Sou suspeito para falar sobre o Rei, mas meus destaques ficam por conta de AlWAYS ON MY MIND, SUSPICIUS MIND, CAN´T HELP FALLING IN LOVE, JUST CAN´T HELP BELIEVIN´ e I WANT YOU, I NEED YOU, LOVE YOU.

Pra comprar: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-89017055-_JM
http://comprar.todaoferta.uol.com.br/elvis-presley-love-collection-lp-vinil-disco-ktel-1979-JYB456A1JI#rmcl

Foto: Divulgação